Sexta Livre

Sexta-Livre com André Vieira
André Vieira é fotógrafo especializado em foto documental e retratos e acaba de ser premiado com o 3° lugar na categoria Artes e Entretenimento no World Press Photo 2009. André irá apresentar na Sexta-Livre quatro ensaios fotográficos realizados ao longo dos últimos 8 anos que ilustram sua trajetória profissional. Os quatro ensaios focam-se em sociedades em diversas localidades do Mundo que vivem transformações profundas. O primeiro trabalho, realizado em 2001, é sobre o Afeganistão no período que antecedeu e sucedeu o 11 de Setembro, quando o país, então praticamente esquecido e sob o domínio do ultra conservador e repressivo regime dos Talibã, de repente se viu no papel de maior ameaça à sociedade ocidental e alvo de uma guerra pós-moderna esquizofrênica, com a mais alta tecnologia de guerra americana atuando lado a lado aos modos mais primitivos de combate, num país que parecia ainda viver na Idade Média. O segundo ensaio é parte de um trabalho ainda em andamento sobre o avanço humano na floresta amazônica, a maior migração humana da história mundial recente. O resultado desse avanço descontrolado sobre uma região onde o grande ausente é o Estado brasileiro é a devastação da maior floresta tropical do planeta e uma verdadeira catástrofe social, onde a única lei a ser respeitada por todos é a do mais forte. O terceiro ensaio foi realizado na Alemanha em 2007 com uma bolsa da Fundação IPRN, parte do projeto Changing Faces. Seu foco são os jovens trabalhadores das indústrias pesadas da região do Vale do Ruhr. Até quase o final do século passado o coração industrial da Alemanha e da Europa, o Vale do Ruhr viu o novo século chegar com uma transformação radical: o fechamento de suas minas de carvão e a migração da indústria siderúrgica para países com mão de obra mais barata e leis ambientais mais brandas. Com uma forte identificação com o trabalhos nas indústrias e uma tradição profissional passada de pai para filho, a jovem mão de obra de região viu o mundo no qual cresceram desaparecer. Enquanto a região busca uma maneira de sobreviver à extinção de seu passado industrial, os jovens buscam uma maneira de se encaixar nessa nova realidade. O último ensaio foi realizado em 2008, e faz parte de um novo projeto sobre as metrópoles africanas, última fronteira da urbanização. Seu foco é Angola e sua transformação, de país dizimado por 40 anos de guerra civil para uma das economias que crescem mais rapidamente no mundo, com a capital (Luanda) mais cara do mundo.
André Vieira é fotógrafo freelancer baseado no Rio de Janeiro e trabalha para publicações como The New York Times, Los Angeles Times, Newsweek, Geo, Vanity Fair Germany, Telegraph Magazine, L’Express, National Geographic Adventure, National Geographic Brasil, Rolling Stone Brasil, entre outras. Desde 2002 trabalha em um livro sobre a ocupação da Amazônia Brasileira e em 2008 iniciou um projeto pessoal sobre as grandes metrópoles africanas. Em 2007 recebeu uma bolsa para participar do projeto Changing Faces, promovido pela International Photo Research Network com apoio da União Européia, tendo passado sete meses no Vale do Ruhr, na Alemanha, desenvolvendo um trabalho sobre os jovens trabalhadores nas indústrias pesadas da região que estão sendo fechadas. O trabalho, publicado em um catálogo, foi exibido no mesmo ano em Rovaniemi, na Finlândia. Em 2008 foi convidado para participar da exposição coletiva Leberinto de Miradas 2, que até o final de 2010 percorrerá diversas cidades latino-americanas. No mesmo ano também foi convidado para participar da exposição Expressão Fotográfica Moderna do Brasil, em Yokohama, no Japão. Em 2009 recebeu o 3° Lugar na categoria Arts and Entertainment do World Press Photo.