Sexta Livre

États des lieux | Estado dos lugares, exposição de Samuel de Jésus
Memória de um conjunto habitacional e objetos de memória. États des lieux é um projeto composto de três séries fotográficas (Lugares, Inventário e Fetiches) que propõem um percurso através de uma pesquisa artística em torno de dois eixos principais: a representação da paisagem urbana – seguindo suas próprias questões e particularidades, no seio da fotografia contemporânea – e de uma memória impregnando as imagens, lugares e indivíduos que aí vivem ou viveram. Partindo de um conjunto habitacional abandonado, fadado à destruição, graças a um plano de reestruturação do bairro no qual se encontrava – um bairro popular, ainda em atividade e habitado –, era fundamental para a proposta questionar a imagem fotográfica em sua possível passagem de um gênero documentário a um gênero artístico. As três séries propõem, assim, um olhar sobre nosso entorno, seja ele urbano ou humano, partindo de um ponto de vista global – um bairro, um conjunto habitacional, um edifício – em direção a um ponto de vista mais particular (um indivíduo, um objeto).
Samuel de Jésus : Mestre em Artes Plásticas pela Universidade de Paris I-Panthéon Sorbonne e doutorando em co-tutela na Universidade de Paris III-Sorbonne Nouvelle e na Universidade Fereral do Rio de Janeiro, sob orientação de Philippe Dubois e Consuelo Lins. Sua pesquisa envolve questões ligadas à temática da saudade e suas representações nas fotografias francesa e brasileira contemporêanas desde 1960, sob o ponto-de-vista da estética da imagem. Fotógrafo e antigo estudante de artes plásticas na França e em Nova York, realizou exposições de suas obras em Paris (Galerie des Beaux-Arts), Marselha, Brest (La Passerelle), Rennes (La Criée) e Tours (Centro Regional da Arte Dramática). Trabalhou na pesquisa e montagem de exposições na França sobre Roman Opalka (1992) Tadashi kawamata (1996), Pierre Joseph (1998) e da fotógrafa Chrystèle Lerisse (Galerie Baudoin Lebon, 2006) e também participou na realização do catálogo que acompanhou a retrospectiva Agnès Varda – o movimento perpétuo do olhar (2006) no Centro Cultural Banco do Brasil.