Sexta Livre

Abertura de VÉUS | Fotografias de Walter Firmo
Ateliê da Imagem on Vimeo.
No ano em que completa 74 de idade e 54 de carreira, Walter Firmo, considerado um dos maiores fotógrafos brasileiros atuantes, inaugura a individual VÉUS, composta de 20 fotografias em preto e branco que revelam uma faceta desconhecida e surpreendente do artista. VÉUS tem curadoria de Claudia Buzzetti e Patricia Gouvêa, que pesquisaram no acervo de Firmo e escolheram um caminho diferenciado, realizando um recorte de imagens silenciosas, reflexivas e mais intimistas de um artista consagrado pelo uso da cor e por um repertório que privilegia personagens e cenas dos subúrbios, com um estilo naif e cheio de humor. Segundo Patricia Gouvêa, que teve em Firmo o primeiro professor de fotografia, “foi Walter quem me apresentou o Brasil das festas populares, dos pequenos detalhes, gestos e delicadezas do cotidiano. Ele introduziu o vírus da paixão pela fotografia na minha veia. Eu queria retribuir organizando uma exposição aqui no Ateliê, onde ele é professor desde a fundação, em 1999. Mas eu queria propor uma exposição com o Firmo que pouco se revela, criar um estranhamento para que ele pudesse ser visto com olhos frescos. Eu e a Claudia Buzzetti propomos o desafio e ele topou na hora, pois tem a capacidade de se reinventar a todo momento”. Grande parte da exposição é composta por fotografias em médio formato, pouco divulgadas, se não completamente desconhecidas, produzidas em épocas diversas e há ainda imagens inéditas produzidas em recente viagem à Bahia. Como diz Walter no texto que escreveu sobre a exposição, “Quando Patricia Gouvêa e Claudia Buzzetti me convidaram a me mostrar de outra forma, fui logo avisando que gostaria de revelar um certo outro lado, a terceira margem perversa longe dos arcos-íris, aquele distanciamento oculto embrenhado nas solidões onde o ego tem seu espelho partido. (…)”Véus” é a linguagem de um redescobrimento que intuía e procurava. Sombrio patamar onde me debruço recolhendo meus pedaços na beira de tantas estradas estreitas, bifurcadas, sem acostamento, quase sempre empoeiradas e cheias de buracos. Estranhamentos, repousos, resquícios de “um ano passado em Mariembad”, ou de uma “Passárgada” – onde sou filho do rei, mesmo que ele seja feio e desdentado, totalmente descolorido.”