Sexta Livre

Abertura da Exposição Arqueologia de Ficções + bate-papo com o artista
A Galeria do Ateliê inaugura no dia 16 de maio, às 19h, Arqueologia de Ficções, com 27 fotos de Gilvan Barreto, oriundas do material produzido para o livro Moscouzinho – uma narrativa poética de imagens sobre a reinvenção de uma Rússia tropical e nordestina – lançado em 2012 pela editora Tempo D´Imagem.
As fotos inéditas que serão apresentadas em Arqueologia de Ficções são memórias de sua própria infância, em Jaboatão dos Guararapes, apelidada de Moscouzinho na década de 70 por conta de sua verve socialista. O livro é propositadamente pequeno. Dá a impressão ao leitor que ele achou uma caderneta antiga, um diário particular. Com a exposição vamos ter fotos gigantes. O plano era esse. Os segredos guardados no livro pequeno agora são escancarados em grandes ampliações, conta Gilvan.
Para concretizar o trabalho foram centenas de fotografias e mais os álbuns de família e documentos oficiais. “O arquivo é muito grande. Passei quatro anos pesquisando e fazendo registros. A antropóloga e pesquisadora Georgia Quintas, a curadora da exposição, conseguiu dar um recorte especial mostrando essa busca pelo passado. Ao pesquisar os documentos do Dops vi o quanto são fictícios, fantasiosos. Se os militares podiam fazer isso, eu também posso”.
Gilvan Barreto é pernambucano mas reside no Rio de Janeiro há oito anos. É autor de Moscouzinho (Tempo D’Imagem, 2012). A publicação traz uma narrativa poética sobre a reinvenção de uma Rússia tropical e nordestina. Acaba de lançar “O Livro do Sol” (Tempo D’Imagem 2013), que recebeu o Prêmio Fundação Conrado Wessel (FCW) de Arte 2013. A publicação retrata a relação do sertanejo com a natureza, tendo com fio condutor a obra de João Cabral de Melo Neto. Gilvan Barreto participou de exposições coletivas no Brasil e no exterior. “Arqueologia de Ficções” é sua primeira exposição individual. A mostra entrou em cartaz em outubro do ano passado no Capibaribe Centro de Imagens, em Recife, vem ao Rio para ser apresentada na Galeria do Ateliê e, em agosto, segue para a Galeria Doc, em São Paulo. Além dos trabalhos autorais, dedica-se a documentar temas sociais e ambientais para organizações internacionais.