III Feira URCA de Fotolivros
O livro é um lugar. Suas coordenadas, como no poema, não são precisas, sua topografia é incerta e seu tempo, elástico, se contrai e se expande ao ritmo do viajante. Aventureiros bem intencionados forjaram mapas, mas estes são inúteis: costumam levar a outros lugares. Há divergências, portanto, quanto à natureza desse lugar – mas ele existe de fato, quem já esteve lá traz corte de papel no dedo para comprovar.
Há 3 anos vem se construindo, aconchegado ao Morro da Urca, um espaço permeado por esses outros espaços: território de livros de imagens, lugar que se abre em múltiplos sob a tradicional paisagem carioca. A feira Urca de fotolivros é a um só tempo porto-seguro, onde os livros vêm se achar, e labirinto que convida a se perder.
Para além da metáfora, o próximo encontro tem data e local precisos para acontecer: dia 1 de Julho, de 11 às 19h, na Av Pasteur 453. Estarão lá presentes mais de vinte artistas e editores independentes – alguns inéditos – e suas publicações – muitas inéditas. Quiosques com opções de comidas e bebidas garantem que ninguém padece por falta de substância.
Antes de ser um bairro do Rio, Urca é um substantivo. Designa um tipo antigo de navio; grande embarcação cargueira. Hoje, tempos de exceção, a feira URCA carrega muitas imagens e potências. Porto-seguro, labirinto, rede, arca para resistir ao dilúvio.
Livros de fotografia são lugares. No Sábado, por algumas horas, esses lugares se encontram na URCA.
A programção começa na Sexta Livre, 30/06, às 19h, com o debate “O Público e o Mercado de Fotolivros, com Joaquim Paiva, Walter Costa e Andrezza Cerqueira, mediação de Rony Maltz.
E, no sábado, 01/07, na 3ª Feira URCA de Fotolivros:
– lançamento do livro de Joaquim Paiva, Farsa Truque Ilusões;
– a dinâmica Fototarô, com Walter Costa, das 14h às 15h30, onde cada participante terá uma sessão de 15min;
– festa Tropicanalha, com a DJ Kelly Lima.